Plano Nacional de Logística 2050 deverá referenciar expansão da infraestrutura brasileira
Governo se prepara para lançar o PNL 2050, que visa transformar a logística brasileira ao considerar a demanda futura. Especialistas destacam a importância de ouvir a sociedade e a necessidade de continuidade nos investimentos em infraestrutura.
Governo brasileiro planeja publicar o Plano Nacional de Logística (PNL) 2050, com foco na expansão da infraestrutura de transportes.
Pela primeira vez, o planejamento considerará a demanda futura dos usuários. O professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, afirma que “ouvir a sociedade é uma mudança de paradigma”.
Históricamente, os investimentos em infraestrutura atendem a interesses políticos, não à demanda real. Exemplos incluem a Transnordestina e o corredor bioceânico, que não são priorizados pelo setor produtivo.
Em abril, o TCU registrou 11.469 obras paralisadas, refletindo a descontinuidade de projetos. Resende aponta a falta de confiança no planejamento de longo prazo dos governantes brasileiros.
Embora exista evolução no envolvimento da iniciativa privada na infraestrutura, como o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), é necessário garantir continuidade nas ações. O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, destaca que o PNL 2050 servirá como um legado para futuros governos.
O ministro Sílvio Costa Filho reforça que a falta de planejamento afetou a expansão da infraestrutura nos últimos 40 anos. O PNL permitirá uma visão mais estratégica da integração entre os modais logísticos.
Elisangela Pereira Lopes, da CNA, ressalta a importância de ouvir os setores produtivos, dado o crescimento do agronegócio. No entanto, obras críticas, como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), estão paralisadas.
Comparando custos, em abril, um produtor de Sorriso (MT) pagava US$ 108 por tonelada de soja para a China, contra US$ 67 dos concorrentes nos EUA.
Segundo a CNI, o Brasil ocupa a 15ª posição em infraestrutura em um ranking com 18 países. A necessidade de investimento no setor é de 2% do PIB, enquanto atualmente se investe entre 0,6% e 0,7%. Uma matriz de transporte mais equilibrada pode reduzir custos em até 12,9%.
A evolução do PNL 2050, se for implementado de forma eficiente, pode representar um avanço significativo para o setor logístico brasileiro.