Plano de Milei não faz os argentinos tirarem dólares ‘debaixo do colchão’. E a razão não é simples
Falta de confiança e incertezas econômicas dificultam a retirada de dólares guardados pelos argentinos. A desaprovação do governo cresce, refletindo um clima de arrependimento entre eleitores e preocupação com o futuro financeiro do país.
Governabilidade e economia na Argentina: Desde o lançamento do “Plano para Reparação Histórica da Poupança dos Argentinos” em maio pelo presidente Javier Milei, a expectativa era que os cidadãos tirassem seus dólares de reservas informais, mas apenas US$ 1,9 milhão foi depositado, enquanto cerca de US$ 200 bilhões permanecem fora do sistema financeiro.
A Casa Rosada tenta convencer os argentinos a injetarem seus recursos na economia, mas a falta de clareza sobre o plano e a desconfiança em relação ao sistema bancário dificultam esse movimento.
O governo enfrenta desaprovação crescente, e a imagem de Milei começa a declinar. Problemas no Congresso e a falta de regulamentação para o plano dificultam a confiança da população. A expectativa é de que as próximas eleições legislativas impactem ainda mais a situação.
Os desafios econômicos incluem a dificuldade de acumular reservas em dólares, fatores que dificultaram a aprovação do FMI para liberar US$ 2 bilhões. Embora a inflação tenha diminuído, a economia não apresenta sinais de recuperação robustos e o déficit fiscal é uma preocupação constante.
Além disso, a taxa de desemprego aumentou para 7,9%, agravando o clima de incerteza entre os cidadãos. Contudo, a expectativa de investimentos estrangeiros também não se materializou como esperado, levando a um estado de desgaste das expectativas entre os eleitores de Milei.
Popularidade do presidente sofre com restrições salariais e falta de sensibilidade social. A desaprovação já ultrapassa 50%, levando muitos a reavaliar suas opções financeiras e a poupança permanece como prioridade.