Planalto começa a ver peso maior de big techs que de Bolsonaro no tarifaço de Trump
Análise aponta que tarifas de Trump visam interesses econômicos das big techs e afetam relações entre Brasil e Paraguai. A estratégia parece utilizar Bolsonaro como uma ferramenta na disputa com o STF e na regulação das redes sociais.
Trump: 'Taxei o Brasil porque eu posso'
Cresce a percepção no governo Lula (PT) de que a tarifa de Donald Trump visa mais os interesses das big techs do que a situação jurídica de Jair Bolsonaro (PL).
Interlocutores do presidente Lula discutem a tese do BBB para entender os ataques de Trump ao Brasil:
- Bolsonaro
- Brics (bloco econômico Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
- Big techs
A hipótese mais forte no Planalto é que as big techs são a principal razão do tarifaço. Bolsonaro seria um "boi de piranha", segundo um assessor de Lula.
A ênfase no assunto interessa às big techs pois permite ataques ao STF, que tem tratado da regulação das redes sociais.
Trump anunciou uma tarifa de 50%, mirando no STF ao criticar o processo de Bolsonaro como uma caça às bruxas e chamar de censura as decisões da Corte sobre redes sociais.
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Outro ponto relevante é a crise entre Brasil e Paraguai pela venda de energia da hidrelétrica de Itaipu.
A Abin espionou o Paraguai para verificar se os EUA apoiavam ONGs paraguaias em campanhas para romper acordos com o Brasil.
Recentemente, Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, confirmou o interesse da Casa Branca em comprar energia de Itaipu para alimentar data centers que trabalham com inteligência artificial.
Em resumo: tudo se conecta às big techs.