PL desiste de relatoria da CPI do INSS em meio a disputa interna por vaga na comissão
PL desiste da relatoria da CPI do INSS e busca espaço nas vagas disponíveis. A decisão ocorre em meio a uma disputa interna por indicações, enquanto a oposição pressiona por uma investigação rigorosa sobre cobranças ilegais afetando aposentados e pensionistas.
Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, desistiu de relatoria da CPI do INSS, conforme declarou o líder da bancada, Sóstenes Cavalcante.
A legenda, que possui a maior bancada na Câmara, disputava o cargo, mas a relatoria ficará com um partido de centro, segundo o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).
Os bolsonaristas buscam um relator alinhado à direita, já que a presidência será indicada pelo Senado, onde o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) apoia Omar Aziz (PSD-AM) para o cargo.
Aziz, considerado moderado, atende a pedidos dos governistas para a designação de um membro da base.
Internamente, o PL vive uma disputa por seis vagas na CPI — três titulares e três suplentes. Uma suplência será cedida ao Partido Novo.
No momento, nove parlamentares do PL reivindicam essas vagas. Entre os nomes mencionados estão as deputadas Bia Kicis, Coronel Fernanda, Daniela Reinehr e os deputados Zé Trovão, Coronel Chrisóstomo e André Fernandes.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também manifestou interesse em ser membro titular. A CPI é vista como um importante meio de desgaste ao governo.
Segundo Sóstenes, a decisão sobre os membros da CPI será tomada na próxima semana:
- “Nove parlamentares pedindo por cinco vagas é natural que outros nomes surjam."
- "Não conseguiremos a relatoria da CPI, e o relator ainda está sendo definido.”
Os trabalhos da CPI foram adiados para o segundo semestre, com o governo buscando reorganizar sua base aliada.
A CPI foi proposta pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que coletaram assinaturas necessárias.
A Polícia Federal investiga cobranças ilegais de 4,2 milhões de aposentados, com perdas que somam mais de R$ 6 bilhões.
A operação resultou na exoneração do presidente do INSS e na prisão de operadores do esquema.
O Ministério da Previdência também implementou um sistema para contestação de descontos indevidos e bloqueou R$ 2,5 bilhões de entidades suspeitas.
A narrativa governamental indica que a maioria das irregularidades ocorreu entre 2019 e 2022, durante o governo Bolsonaro, e relatórios já tratavam de alertas sobre esses contratos.