PIX é melhor que métodos de pagamento americanos e por isso virou alvo, diz ex-presidente do Banco Central
Henrique Meirelles argumenta que a investigação do governo Trump sobre o Pix reflete a eficiência superior do sistema de pagamento brasileiro em relação aos americanos. Ele defende que o Brasil deve focar na busca de novos mercados enquanto responde ao ataque comercial com cautela.
Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, comentou o início da investigação dos EUA sobre o Pix, sistema de pagamento brasileiro. Em entrevista à BBC News Brasil, destacou que o Pix é "rápido e eficiente", superando o sistema americano.
O governo Trump decidiu investigar o Brasil após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, alegando irregularidades no uso do Pix, que foi desenvolvido durante o governo de Michel Temer. Meirelles acredita que a eficácia do Pix é uma competição direta contra empresas como Google, Apple e Meta, e considera que essa ação dos EUA é uma resposta ao impacto do Pix na economia americana.
Além disso, Meirelles refutou as acusações de que o Brasil estaria agindo de forma desleal com outros países, afirmando que as taxas aplicadas visam proteger o mercado nacional e não beneficiam especificamente nações como México e Índia.
Meirelles sugeriu que o governo brasileiro deve buscar negociar a redução da tarifa de 50%, mas mantendo a posição sobre decisões judiciais que são inegociáveis. Ele destacou a necessidade de precaução, pois retaliar pode ter efeitos inflacionários.
Na sua visão, o Brasil deve buscar novos mercados, especialmente na Ásia e na China, enquanto lida com a situação dos EUA. Ele notou que a eficiência e popularidade do Pix atrai atenção, criando um ambiente competitivo que pode não ser favorável para empresas americanas.”