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Pix é melhor que métodos de pagamento americanos e por isso virou alvo, diz ex-presidente do Banco Central

Henrique Meirelles analisa a investigação dos EUA sobre o Pix, destacando sua eficiência em comparação ao sistema de pagamentos americano. O ex-ministro defende a busca por novos mercados e a negociação cuidadosa da sobretaxa imposta por Trump.

Henrique Meirelles, ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda, considera a inclusão do Pix nas investigações dos EUA uma resposta à sua eficiência. Em entrevista à BBC News Brasil, ele afirma que o sistema de pagamento brasileiro é "rápido e eficiente", superando o sistema americano.

Na terça-feira (15), o governo de Donald Trump anunciou uma investigação comercial contra o Brasil, após a imposição de uma sobretaxa de 50% em produtos brasileiros. A acusação menciona possíveis irregularidades na adoção do Pix, lançado em novembro de 2020.

Meirelles destaca que o Pix compete com empresas como Google e Apple, o que motivou a ação de Trump. Ele também alega que as críticas dos EUA sobre a proteção de certos países não se justificam, pois o Brasil realiza taxações generalizadas.

O ex-ministro recomenda que o governo brasileiro negocie a revisão da sobretaxa imposta e sugere que, se necessário, pode abrir mão de algumas tarifas contra os EUA. No entanto, ele considera pontos como decisões judiciais não negociáveis, especialmente em relação ao Supremo Tribunal Federal.

Meirelles acredita que o Brasil deve buscar novos mercados, principalmente na China, para minimizar a dependência do mercado americano.

Ele afirma que o Pix é eficiente e beneficia a economia brasileira. E responde que as alegações dos EUA sobre práticas desleais não fazem sentido, uma vez que a eficiência do Pix não implica deslealdade.

Sobre uma possível retaliação com tarifas, Meirelles pondera que isso deve ser estudado cuidadosamente, enfatizando que o Brasil precisa se proteger, mas não de forma generalizada.

Finalmente, Meirelles observa que o governo brasileiro deve buscar oportunidades em mercados asiáticos e europeus para substituir a dependência dos EUA.

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