Pimenta na alta gastronomia é refresco para os jovens: veja como o condimento ganhou a geração Z
A crescente demanda por pimentas entre os jovens e consumidores de alta renda está impulsionando o cultivo e a produção artesanal no Brasil. Agricultores novatos e tradicionais investem em variedades exóticas, como a Carolina Reaper, popular entre os amantes da picância.
Consumo de pimentas no Brasil cresce com a geração Z, que tem um paladar ousado. Aumento na inclusão de pimentas e produtos artesanais é impulsionado por consumidores com maior poder aquisitivo.
A Kantar, empresa de pesquisa, afirma que temperos à base de pimenta estão entre os mais usados, após o sal, segundo o Guia Michelin.
A produção nacional, estimada em 5 mil hectares, é incentivada por clima favorável. O cultivo é adotado por agricultores, como os irmãos Emerson e Rodrigo Ceschi, que deixaram seus empregos para investir na atividade.
No sítio da família, plantam diversas variedades. A produção é vendida in natura e como iguarias em visitas guiadas. Variedades incluem desde a sua pimenta biquinho até a Carolina Reaper, considerada a mais picante do mundo.
Rodrigo destaca a importância de orientação aos visitantes sobre a Carolina Reaper, que pode surpreender com seu efeito. A pimenta é comparada a sprays utilizados por policiais.
Os irmãos também cultivam a biquinho preta, mais ardida que a vermelha devido à capsaicina, responsável pela picância.
Outro exemplo são os irmãos Gustavo e Diogo Moreira de Aquino, que iniciaram com pimenta malagueta em 1994 e agora operam a indústria Sabor das Índias, que processa 34 toneladas de pimentas mensalmente.
A Sabor das Índias busca novos produtores parceiros, pois o mercado está em alta. Com certificação da FDA, a empresa exporta para países como Estados Unidos, Japão e Dubai.
O Brasil, segundo maior produtor de pimenta-do-reino, teve produção de 126.548 toneladas em 2023. O Espírito Santo é o maior produtor, seguido por Pará e Bahia. Em 2022, as exportações geraram US$ 285,9 milhões.