PGR se opõe a perdão judicial de Cid e sugere pena um terço menor por depoimentos 'superficiais'
Procurador-geral critica conduta de Mauro Cid em delação e pede redução mínima de pena. Gonet ressalta omissões e comportamento contraditório do militar, que teria causado prejuízos ao interesse público.
Procurador-geral da República, Paulo Gonet, criticou a conduta do delator Mauro Cid na investigação da trama golpista.
Em suas alegações finais, Gonet defendeu que Cid receba apenas a redução mínima da pena, de um terço, ao invés de dois terços, como sugerido pela Polícia Federal.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cid omitiu “fatos graves” e causou “prejuízos relevantes ao interesse público”.
Gonet afirmou que Cid apresentou “comportamento contraditório” e resistência ao cumprimento das obrigações acordadas.
Cid é investigado por episódios, incluindo a falta de clareza sobre o plano Punhal Verde e Amarelo, que previa sequestro e assassinato de autoridades.
Além disso, surgiram suspeitas sobre uma conta ativa no Instagram de Cid para se comunicar com a defesa de um dos réus na mesma ação penal.
A PGR descartou a possibilidade de perdão judicial e afirmou que os benefícios devem ser fixados em “patamar mínimo”.
Gonet enfatizou que a colaboração de Cid não atendeu aos requisitos de boa-fé, indicando a incompatibilidade de sua conduta.
Ele concluiu, ressaltando que, apesar de certa contribuição ao esclarecimento dos fatos, ainda há indícios de omissões que apontam para a falta de boa-fé.