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PF prende turco-brasileiro após pedido do governo Erdogan

Empresário turco-brasileiro é acusado de integrar organização terrorista. Sua defesa contesta a classificação do grupo como tal e planeja solicitar a revogação da prisão.

Empresário turco-brasileiro Mustafa Göktepe, 47 anos, foi preso em São Paulo na quarta-feira (30.abr.2025) pela Polícia Federal após determinação do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A prisão atende a um pedido de extradição do governo turco, que o acusa de integrar a organização terrorista Hizmet. O governo de Recep Tayyip Erdogan afirma que o grupo está ligado a uma tentativa de golpe fracassado em 2016.

A ordem de prisão foi emitida em 5 de abril de 2024 pelo 6º Juizado Criminal de Paz de Izmir, na Turquia. Göktepe é naturalizado brasileiro desde 2012 e vive no Brasil há 21 anos.

Ele é fundador do Centro Cultural Brasil-Turquia e proprietário da rede Lahmajun Delícias Turcas em São Paulo. Apesar das ligações com Hizmet, sua defesa afirma que o grupo não é reconhecido como “organização terrorista” pela ONU.

Göktepe também atua como tradutor juramentado e já ministrou aulas em instituições como USP, UnB e PUC-SP.

Em setembro de 2023, ele publicou no X (ex-Twitter) que foi recebido pelo líder do Hizmet, Fethullah Gülen, nos EUA. Göktepe já criticou Erdogan por questões relacionadas à justiça e liberdade de imprensa na Turquia.

A defesa, liderada pelo advogado Beto Vasconcelos, ex-secretário Nacional de Justiça, planeja solicitar a revogação da prisão, citando que o STF já negou extradições semelhantes.

Flávio Dino explicou que a conduta atribuída a Göktepe tem equivalência penal no Brasil, conforme a Lei 12.850/2013 sobre organizações criminosas.

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