Petrobras: veja por que ‘aperto nos cintos’ de Magda é visto como o fim dos dividendos turbinados da estatal
Analistas preveem que os dividendos extraordinários da Petrobras estão se tornando cada vez mais incertos diante da queda dos preços do petróleo e da alta dos investimentos. A estatal sinaliza uma nova realidade de austeridade e equilíbrio entre retorno ao acionista e compromissos a longo prazo.
Preocupações da Petrobras com o preço do petróleo sinalizam o fim dos dividendos turbinados. Analistas percebem que os pagamentos extraordinários estão cada vez mais distantes.
Na teleconferência do primeiro trimestre, a presidente Magda Chambriard anunciou que é hora de “apertar os cintos” em relação a custos. O petróleo atualmente está em torno de US$ 60, US$ 20 a menos do que em 2023, quando estava a US$ 83.
Em 2024, a estatal pagou R$ 75,8 bilhões em dividendos, com 28,7% destinados ao governo federal. No ano passado, R$ 20 bilhões foram em dividendos extraordinários, tema que gerou crises internas. O pagamento extraordinário depende de sobra de caixa, enquanto o ordinário segue uma fórmula de dívida, receita e geração de caixa.
Recentemente, a Petrobras anunciou R$ 11,7 bilhões em pagamentos ordinários referentes ao primeiro trimestre de 2025, menor que os R$ 13,5 bilhões pagos anteriormente.
Fluxo de caixa afetado: Sidney Lima, analista, destaca que a geração de caixa foi pressionada pela queda nos preços do petróleo e aumento nos investimentos. Proventos extraordinários para 2025 foram retirados por várias casas de investimento.
Carlos Braga Monteiro avalia que o mercado já precifica o novo equilíbrio entre retorno ao acionista e compromissos de longo prazo. A política de dividendos ordinários ainda é importante, mas os extraordinários podem se tornar pontuais.
Pedro Galdi alerta que, se o petróleo permanecer em US$ 65, decisões sobre dividendos extraordinários ficarão distantes. O tema pode voltar se os preços se recuperarem.
Fernando Melgarejo, diretor financeiro, mencionou que os dividendos extraordinários para os próximos anos ainda estão em avaliação. Para pagamentos, fatores como preço do barril e fluxo de caixa serão considerados.
Baixa probabilidade de dividendos extraordinários é a visão de João Daronco, que aponta o cenário atual de preços baixos e a alta dívida como impeditivos. Enquanto isso, a viabilidade financeira dos projetos da Petrobras suporta até US$ 45 por barril.
O futuro dos dividendos dependerá da cominação entre preços do petróleo, investimentos e prioridades do governo em relação ao reinvestimento na empresa.