Petrobras reduz preço da gasolina nas refinarias; economistas veem menos pressão sobre inflação e juros
Economistas revisam previsões de inflação após a Petrobras anunciar redução no preço da gasolina. O corte pode aliviar pressões sobre a taxa de juros, com projeções de IPCA em queda.
A Petrobras anunciou uma redução de 5,6% no preço da gasolina nas refinarias, a partir desta terça-feira. Este é o primeiro reajuste em 11 meses e pode impactar a inflação de junho.
Economistas começam a rever suas previsões para a inflação, prevendo um alívio em torno de 0,10 ponto percentual devido à queda no preço do combustível. Apesar da pressão da bandeira vermelha nas contas de energia, os combustíveis devem ajudar a controlar a inflação.
André Braz, da FGV Ibre, afirmou que a gasolina compromete cerca de 5,3% da renda familiar, o que deverá reduzir a inflação de junho para 0,30%. Fábio Romão, da LCA, ajustou suas previsões de 0,37% para 0,25% e de julho de 0,21% para 0,19%.
O diesel, que já teve três cortes de preço, também contribui indiretamente ao afetar o transporte de produtos, apesar de seu peso direto no IPCA ser menor.
Romão destacou que, além da gasolina, alimentos e a sazonalidade também estão contribuindo para a menor pressão inflacionária. A projeção para 2026 foi ajustada de 5,5% para 5,3%.
Economistas da Warren Investimentos preveem uma queda no IPCA de junho entre 0,08 e 0,10 ponto percentual, revisando a projeção anual de 5,3% para 5,2%.
Essa redução nas pressões inflacionárias pode resultar em menos aumentos de juros e até antecipar cortes na taxa Selic, segundo Romão. Contudo, Luis Felipe Vital alertou para riscos altistas e a permanência de um mercado de trabalho aquecido.
Esta é a primeira redução desde julho de 2024 e futuras quedas nos preços da gasolina dependerão da instabilidade no mercado internacional do petróleo.