Petrobras (PETR4) ganha R$ 46 bi em valor de mercado e salva semana do Ibovespa
Conflito no Oriente Médio impulsiona preço do petróleo e ações da Petrobras, enquanto investidores enfrentam incertezas. Alta nas cotações pode beneficiar setor, mas também cria riscos inflacionários no Brasil.
Esta foi a semana da guinada das petrolíferas.
Com tensões crescentes no Oriente Médio, o petróleo disparou. No início da semana, o preço subiu 4% e atingiu US$ 70, novamente. Após o ataque de Israel ao Irã, o preço do barril de Brent avançou 7%, fechando a US$ 74,23, o maior desde fevereiro.
A Petrobras teve um acréscimo de R$ 46 bilhões em valor de mercado, impulsionando o Ibovespa que se manteve acima dos 137 mil pontos, apesar de recuar 0,43% na sexta-feira. O índice ainda está em alta de 0,14% em junho e 14% no ano.
Analistas apontam que os preços devem permanecer altos devido ao risco de ataques à infraestrutura petrolífera, especialmente no Estreito de Ormuz, que representa 33% do petróleo mundial. O possível envolvimento de aliados do Irã e de Donald Trump poderia intensificar o conflito.
As ações preferenciais da Petrobras movimentaram R$ 2,5 bilhões no mercado. A ING sugere que um conflito poderia levar o barril a US$ 120. A Empiricus recomenda aumentar a exposição no setor, citando que a alta do petróleo é sustentável.
Contudo, existem incertezas. O economista Alexandro Nishimura alerta sobre o risco de contaminação inflacionária e um ambiente fiscal frágil no Brasil. A alta nas cotações do petróleo também pode causar reajuste nos combustíveis, pressionando a inflação e limitando cortes na Selic.