Peso geopolítico da Igreja Católica seguiu em baixa com Francisco
O falecimento do Papa Francisco marca o fim de um pontificado que buscou diálogo e inclusão em tempos de polarização. Sua contribuição ao debate geopolítico e interno da Igreja Católica deixa um legado ambíguo em meio a desafios contemporâneos.
Igreja Católica: maior instituição espiritual do planeta, com 1,3 bilhão de aderentes e dois milênios de história. Sempre exerceu grande influência geopolítica.
Os papas foram líderes militares e políticos, comandando nações e ordenando cruzadas. O século 20 trouxe mudanças significativas, mas a influência da Igreja se manteve.
Karol Wojtyla, João Paulo 2º, foi o último pontífice com grande poder político, resistindo à dominação soviética e se tornando uma celebridade global. Sua agonia pública refletiu a decadência da Igreja.
Joseph Ratzinger, Bento 16, alinhou-se ao conservadorismo, mas sua estratégia de uma Igreja coesa falhou e a perda de fiéis continuou.
Jorge Mario Bergoglio, Francisco, eleito em 2013, trouxe um discurso progressista e fez aberturas a grupos marginalizados. Sua intervenção para reaproximar EUA e Cuba foi efêmera.
Na encíclica "Fratelli Tutti", criticou populistas e liberais, enfatizando a necessidade de acolhimento aos vulneráveis. Sua ação contra a mudança climática também se destacou.
Francisco enfrentou críticas por entender os motivos russos na invasão da Ucrânia e entrou em conflito com J.D. Vance, associado a Trump, sobre migrações.
Com a morte de Francisco aos 88 anos, a Igreja ficou com um Colégio de Cardeais alinhado à sua visão, mas o futuro da interação com um mundo mais cínico é incerto.