Perto de voltar ao FMI, Argentina vê inflação acelerar mais que o previsto, para 3,7% em março
A inflação na Argentina atinge 3,7% em março, superando expectativas de analistas e impactando o governo de Javier Milei. O aumento está principalmente ligado aos altos preços de educação e alimentos, em meio à negociação de um novo acordo com o FMI.
Javier Milei se reuniu com o alto escalão na Casa Rosada na sexta-feira (11) para discutir um novo acordo com o FMI. Contudo, o governo enfrentou uma notícia negativa: a inflação na Argentina acelerou.
Em março, a inflação foi de 3,7%, superando as expectativas dos analistas e o índice de fevereiro. Este foi o maior aumento mensal desde agosto de 2022, quando a taxa foi de 4,2%.
Nos três primeiros meses de 2023, a inflação acumulada é de 8,6%, e em 12 meses, de 55,9%. Este é o segundo aumento mensal consecutivo, após uma alta de 2,4% em fevereiro.
De acordo com o Indec, o grupo de educação teve o maior aumento, de 21,6%, devido ao início do ano letivo. Já o grupo de alimentos e bebidas não alcoólicas subiu 5,9%, impactando diretamente o cotidiano dos argentinos.
O governo justifica o severo ajuste econômico pela necessidade de controlar a inflação. O anúncio dos dados de inflação ocorre enquanto se espera um novo acordo com o FMI, que totaliza US$ 20 bilhões.
Outra preocupação do governo envolve o câmbio, já que o dólar blue subiu 5,5% em março, passando de 1.230 para 1.300 pesos argentinos.
A inflação em Buenos Aires também foi de 3,2% em março, com alimentos e bebidas aumentando 4,7%. Consultorias esperavam aumento de 2,5% a 2,7%, mas a aceleração foi maior que o previsto.