Pelo medo, Maduro consolida poder e deve vencer eleições locais
Maduro busca consolidar seu domínio em eleições que prometem eliminar a oposição política na Venezuela. A repressão e o medo têm desencorajado a participação cidadã, enquanto o presidente se beneficia de negociações com os EUA para legitimar seu regime.
Nicolás Maduro está prestes a eliminar a oposição política na Venezuela com eleições municipais em 27 de agosto. O partido governista já possui maioria qualificada no Parlamento desde maio.
A repressão contra líderes opositores e um clima de medo têm desmobilizado a população. Muitos não pretendem votar, enquanto outros buscam impedir candidatos governistas.
Recentemente, Maduro trocou prisioneiros com os EUA, o que legitimou sua posição e normalizou suas relações internacionais. O pesquisador Will Freeman comentou que isso sinaliza a força do regime, com poucas ameaças a sua continuidade.
A repressão continua com prisões e desaparecimentos de opositores, somando quase 800 presos políticos. Em resposta, as manifestações diminuíram, com apenas cinco por dia, comparado a um terço do registrado em 2024.
Embora a economia dê sinais de recuperação, como crescimento de 6,65% no segundo trimestre, a inflação subiu para 26% em maio. O governo não divulga dados, e analistas temem uma queda na produção de petróleo após a saída da Chevron.
Se a situação se manter, não se esperam protestos em maior escala como os de 2014, 2017 ou 2019. O político Jorge Barragán destacou a desesperança entre os cidadãos, enquanto a Plataforma Unitária da oposição denuncia violações eleitorais.
Jorge Rodríguez, negociador de Maduro, declarou que espera ganhar em áreas consideradas redutos da oposição, com a autoconfiança em alta antes das eleições.