PDT votará contra aumento do IOF, em primeira divergência com governo após crise do INSS
PDT se posiciona contra o aumento do IOF e se articula para sustar a medida no plenário da Câmara. A votação pode marcar um novo desdobramento nas relações entre a sigla e o governo Lula.
PDT votará contra aumento do IOF sobre câmbio e operações de crédito, afirma o líder do partido, deputado Mário Heringer (MG).
Mais de 20 projetos de decreto legislativo foram protocolados para sustar o aumento. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidirá na reunião de líderes na próxima quinta-feira (29) se as propostas serão pautadas.
Segundo Heringer, o partido defenderá na reunião a inclusão dos projetos na pauta, alegando que o aumento elevará as dívidas das pequenas empresas. O PDT conta com 17 deputados federais.
A votação será a primeira em que o PDT divergirá do governo Lula (PT) desde o rompimento motivado pela demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência devido a um escândalo.
Embora o PDT não tenha entregado cargos no Executivo, se declarou independente na Câmara, diferentemente dos senadores que permanecem na base governista.
Lupi se demitiu após Lula considerar que ele não agiu contra fraudes. O ex-ministro negou a omissão.
Heringer se reuniu com a ministra Gleisi Hoffmann e afirmou que participará de reuniões da base, mas manterá sua posição de independência, especialmente em relação ao aumento do IOF.
A alta no imposto visa arrecadar R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026, além do congelamento de R$ 31,3 bilhões em despesas.
Hugo Motta também criticou a decisão do governo e defendeu que o Brasil precisa de menos impostos e menos desperdício.
A reunião de líderes pode ser crucial para definir o futuro do aumento do IOF e a relação da Câmara com o governo. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, é aliado de Lula e pode influenciar a situação.