Paul Krugman ironiza Trump: quer 'governar o mundo', mas não vive sem o suco de laranja do Brasil
Krugman critica tarifas de Trump como ilegalidades que prejudicam a relação com o Brasil. O economista destaca que as ações do presidente americano refletem uma falta de entendimento sobre o comércio global e a política interna de outros países.
Paul Krugman, economista e vencedor do Nobel, criticou Donald Trump após novas tarifas comerciais. Ele as classificou como ilegais e politicamente desastrosas.
Em artigo, Krugman argumenta que o governo dos EUA utiliza barreiras comerciais como pressão política, afirmando que os EUA estão sofrendo de delírios de grandeza ao acreditar que podem forçar mudanças significativas no exterior.
Ele cita o Brasil como um caso emblemático, com tarifas de até 50%, justificadas por Trump por conta do processo legal contra Jair Bolsonaro. Krugman considera essa alegação escandalosamente ilegal.
Para ele, a legislação americana só permite tarifas temporárias em situações específicas, como proteção a indústrias e emergências econômicas — condições que não se aplicam ao Brasil.
Além disso, ele questiona a **eficácia** da estratégia tarifária, ressaltando que apenas 12% das exportações brasileiras vão para os EUA. Krugman provoca, "Trump realmente acha que pode intimidar um país com mais de 200 milhões de habitantes?"
Ele ainda observa a contradição nas isenções de tarifas, como a do suco de laranja, que é 90% importado do Brasil, enquanto o café foi tributado. Isso, segundo Krugman, prova que quem paga as tarifas são os consumidores americanos.
Na conclusão, Krugman aponta que as sanções têm gerado um efeito político oposto ao esperado, reforçando a popularidade de Lula da Silva no Brasil. "Trump pode achar que pode governar o mundo, mas ele não tem força — nem de suco, nem de outra coisa", ironiza.