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Partidos grandes aderem a federações para ganhar poder, mas especialistas apontam efeitos colaterais

Federações partidárias, inicialmente usadas por pequenos partidos, agora atraem grandes siglas em busca de maior poder eleitoral, mas podem intensificar conflitos regionais. Especialistas alertam que essa estratégia pode resultar em desavenças internas e fragilizar a governabilidade.

Federações Partidárias: Novos Desafios

O mecanismo de federações partidárias, criado para conter a pulverização partidária, é agora adotado por partidos grandes como União Brasil e Progressistas, visando ampliar seu poder político. Especialistas alertam que essa estratégia pode gerar desgastes entre lideranças regionais.

Recentemente, surgiram tensões entre os líderes dos dois partidos em diversos Estados, levantando preocupações sobre possíveis saídas de líderes.

Diferente de legendas menores, que formaram federações em 2022 para sobrevivência, estas siglas buscam alianças apenas para fins eleitorais. O foco original de facilitar a formação de maiorias não está se concretizando.

As federações, introduzidas pela reforma eleitoral de 2021, permitem a atuação conjunta de partidos por um mínimo de quatro anos. Para garantir recursos do Fundo Partidário em 2026, as siglas precisam eleger um mínimo de 13 deputados em um terço dos Estados.

Históricas rivalidades regionais devem intensificar conflitos, como mostrado em Bahia e São Paulo, onde disputas internas e divergências políticas são evidentes. Em outros Estados como Paraíba e Acre, conflitos de interesse também podem emergir.

A questão do controle financeiro das federações poderá provocar tensão, conforme especialistas preveem conflitos sobre distribuição de recursos. O interesse por maior influência legislativa pode superar as divergências, mas o impacto local permanece imprevisível.

A federação entre União e PP movimenta ainda outras siglas, como o PSDB e o MDB, que buscam formar novas alianças. Contudo, a complexidade dessas uniões pode dificultar a governabilidade e a formação de maiorias estáveis.

O cenário político brasileiro, com a evolução das federações, levanta questões sobre a identidade dos partidos e a percepção dos eleitores em relação a candidatos e suas verdadeiras afinidades. Essa dinâmica pode levar à degeneração dos partidos como unidades programáticas.

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