Participação de umbanda e candomblé triplica; espiritismo cai, diz IBGE
O Censo 2022 revela mudanças significativas na paisagem religiosa do Brasil, com a crescente adesão a religiões de matriz africana e o aumento da população que se declara sem religião. A queda na porcentagem de católicos e o recorde de evangélicos refletem uma transformação nas crenças e identidades espirituais dos brasileiros.
Brasil registra mudanças significativas na prática religiosa conforme o Censo 2022, divulgado pelo IBGE.
A parcela de católicos no Brasil caiu para 56,7%, a menor da história. Em contrapartida, os evangélicos alcançaram 26,9% da população, um recorde.
A adesão a religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, triplicou, passando de 0,3% em 2010 para 1% em 2022.
Os espíritas apresentaram queda, reduzindo de 2,2% para 1,8% no mesmo período.
A analista Maria Goreth Santos explica que esse aumento não necessariamente indica conversão, mas sim maior aceitação das crenças. Ela menciona uma possível migração de quem se declarava espírita ou mesmo católico.
Dados regionais mostram:
- Maior proporção de praticantes de umbanda e candomblé: 3,2% no Rio Grande do Sul.
- Maior proporção de espíritas: 3,5% no Rio de Janeiro.
Sobre cor ou raça:
- Praticantes de umbanda/candomblé: 42,9% brancos, 33,2% pardos, 23,2% pretos.
- Espíritas: 63,8% brancos, 26,3% pardos, 9% pretos.
Além disso, 9,3% da população se declarou sem religião, um recorde.
O catolicismo continua sendo a maioria em todas as regiões, especialmente no Nordeste (63,9%) e Sudeste (62,4%), enquanto os evangélicos dominam no Norte (36,8%) e Centro-Oeste (31,4%).
Detalhamentos sobre cada grupo evangélico podem ser revelados pelo IBGE em futuras divulgações.