Parlamento rejeita convocar eleições e Netanyahu segue no comando
Knesset rejeita moção para dissolver governo de Netanyahu em meio a crise política. Desgaste da coalizão aumenta devido a divergências sobre alistamento militar de estudantes religiosos.
O Knesset, parlamento de Israel, rejeitou nesta 5ª feira (12.jun.2025) uma moção da oposição para dissolver o governo e convocar novas eleições.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (Likud) segue no comando, apesar de sinais de desgaste. A votação terminou com 53 votos a favor da dissolução e 61 contrários, incluindo 2 membros da coalizão governista.
A crise política é fruto de divergências sobre o alistamento militar de estudantes religiosos ultraortodoxos. A Suprema Corte de Israel determinou há 1 ano que o governo eliminasse a exceção para esses estudantes, gerando pressão sobre Netanyahu.
A oposição tentou explorar as divisões internas da base aliada, enquanto o governo buscou manter a unidade. Netanyahu conseguiu um acordo com os partidos UTJ e Shas para evitar uma crise maior.
A coalizão de Netanyahu, formada em 2022, possui 68 dos 120 assentos do Parlamento. Os partidos Shas e UTJ, juntos, detêm 18 assentos, aumentando seu poder de barganha.
Desde o início do conflito com o Hamas em outubro de 2023, a questão do serviço militar obrigatório ganhou destaque entre o público israelense. O número de estudantes de seminários religiosos cresceu significativamente desde 1948, levantando questões sobre tratamento igualitário.
Se completar seu mandato, as próximas eleições estão previstas para outubro de 2026. No entanto, pesquisas mostram que a coalizão de Netanyahu não venceria um pleito atual devido à sua crescente impopularidade.
“Netanyahu é um mestre em ganhar tempo”, disse Aviv Bushinsky, analista político. Segundo ele, a solução para a questão do alistamento é “tentar adiar”.