Parceria entre indústria e governo amplia atendimento a doenças raras
Ministério da Saúde e farmacêuticas se unem para a produção de medicamentos essenciais, visando a redução de custos e o aumento do acesso para os 13 milhões de brasileiros com doenças raras. O investimento total soma cerca de R$ 210 milhões e promete gerar R$ 2 bilhões anuais para o SUS.
Ministério da Saúde e farmacêuticas como Sandoz e Merck iniciarão a produção de medicamentos para doenças raras no Brasil, começando pelo desenvolvimento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para abastecer o mercado interno.
A meta é movimentar R$ 2 bilhões anuais no Sistema Único de Saúde (SUS) com sete medicamentos, incluindo tratamentos para esclerose múltipla, fibrose cística e atrofia muscular espinhal (AME). Os investimentos estimados são de R$ 150 milhões.
O anúncio foi feito em 29 de setembro e faz parte de investimentos que incluem vacinas de RNA mensageiro. A Embrapii receberá R$ 60 milhões para centros de pesquisa científica.
A secretária Fernanda De Negri destaca que as parcerias podem ampliar o acesso e reduzir preços dos medicamentos. “Esperamos que os preços sejam entre 5% e 10% mais baixos”, afirma.
Os altos preços são um entrave ao tratamento. Lorice Scalise, da Roche, alerta que a falta de tratamento gera um custo maior para a sociedade. O Elevidys, para distrofia muscular, custa mais de R$ 13 milhões.
Mais de 13 milhões de brasileiros têm doenças raras, afetando seis mil enfermidades diferentes. Algumas são bem conhecidas, como a hemofilia.
A Takeda possui fabricação local para hemofilia, tornando o tratamento mais acessível. O presidente da Bayer, Adib Jacob, explica que o SUS financia medicamentos, garantindo compra centralizada.
Estima-se que 30% dos pacientes com doenças raras morrem na infância, com dificuldades de diagnóstico. As doenças limitam a autonomia e geram impacto econômico significativo nas famílias.
Apesar das dificuldades, o Brasil possui potencial para pesquisas em doenças raras, com a necessidade de mais especialistas e melhor diagnóstico. A Takeda investiu US$ 4,8 bilhões em pesquisa entre 2022 e 2023, focando em produtos biológicos. Atualmente, tem dezoito medicamentos, cinco sendo a única opção no mercado.