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Para subir é um custo, para cair um susto

Cenário global se complica com sobretaxa dos EUA, gerando tensões nos mercados e reavivando temores de estagflação. Expectativas de crescimento são revistas, enquanto investidores enfrentam incertezas e possíveis crises econômicas.

Análise de Alexandre Espirito Santo: Há um ano, alerto para o exagero dos mercados de risco. O rali do “everything” parecia eterno, mas essa euforia é extremamente perigosa.

Recordo da expressão “irrational exuberance” de Alan Greenspan, que ocorreu antes do estouro da bolha das pontocom. Wall Street, geralmente favorável aos Democratas, fez o “Trump trade” após sua vitória em 2024. Recentemente, a sobretaxa nos EUA resultou em quedas drásticas nas bolsas, apagando meses de ganhos.

O Nasdaq, por exemplo, perdeu mais de 4 mil pontos em pouco mais de um mês. A situação foi comparável a crises anteriores. Investidores então perguntam o que fazer. Meu questionamento é: após a porta arrombada, você quer colocar o cadeado?

Não sei onde terminará esse estresse no mercado. O pânico atual tomou conta, ofuscando análises tradicionais. A decisão dos EUA em sobretaxar o comércio poderá levar a um crescimento global reduzido.

As análises sobre o PIB estão sendo reavaliadas. Muitos países, como a China, já indicaram represálias, o que pode agravar a situação. Além disso, não podemos ignorar os potenciais impactos inflacionários da guerra comercial.

O comportamento dos bancos centrais, especialmente o FED, será crucial. Existem apostas de cortes entre 75 e 100 pontos em 2025, mas a possibilidade de estagflação é preocupante.

Em resumo, dias difíceis estão à frente. O Brasil pode se beneficiar com a produção de commodities essenciais, mas é vital demonstrar ao mundo um ajuste fiscal significativo para ganhar credibilidade.

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