HOME FEEDBACK

Para Stuenkel, ação dos Estados Unidos não é só ideológica

A aproximação do Brasil com a China e o lobby de Eduardo Bolsonaro influenciam as tarifas comerciais dos EUA. Especialistas destacam que a situação requer negociações técnicas, mas a falta de uma mensagem unificada nos EUA dificulta avanços.

Trump pode afrouxar tarifas comerciais contra o Brasil devido à perspectiva de derrota do Partido Republicano nas próximas eleições da Câmara dos Representantes.

As concessões serão pontuais, visando interesses empresariais em distritos ameaçados.

Segundo o professor Oliver Stuenkel, os canais de negociação estão obstruídos pelo envolvimento de Trump com a articulação de Jair Bolsonaro.

Stuenkel expressa ceticismo quanto à ideia de que a questão Bolsonaro seja a única motivadora da pressão dos EUA. A administração Trump busca restaurar um mundo unipolar.

Em entrevista, ele detalha:

  • Prioridades dos EUA: Questões internas, tarifas contra a UE, e a briga com Jerome Powell dominam a agenda.
  • Pressão sobre o Brasil: Espera-se aumento de fricção, especialmente no setor de big techs.
  • Conflito tarifário: Estados Unidos têm um superávit com o Brasil, mas este aplica altas tarifas. Dificuldades complicam as negociações.
  • Eduardo Bolsonaro: Sua influência é questionada. Lobby pode ter impactado tarifas, mas não é claro se é o principal fator.
  • Impacto dos lobbys: Pressões de lobbies são complexas e podem enfraquecer a direita brasileira.
  • Negociação difícil: Discussões tarifárias devem evitar questões ideológicas. A escalada americana é esperada no curto prazo.

Stuenkel afirma que a anistia a Bolsonaro é improvável, dado o alto custo político. A pressão americana não se traduz em dependência da mesma forma que em países menores.

Com o Brasil mantendo uma autonomia estratégica, ele tem relações mais diversificadas com potências globais.

Em termos globais, a política de Trump pode estar acelerando o declínio da influência americana ao invés de restaurá-la, fomentando resistência em outros governos.

Stuenkel conclui que a solução para a relação Brasil-EUA pode estar em concessões pontuais devido ao panorama eleitoral e pressões do setor privado americano.

Leia mais em valoreconomico