Para interlocutores de Moraes, Bolsonaro admitiu que estudou formas de reverter resultado da eleição
Ex-presidente admitiu ter estudado formas de reverter resultados eleitorais e convocou comandantes militares para reunião. Moraes investiga a atuação de Bolsonaro como líder de uma organização criminosa contra a democracia.
Interrogatório de Jair Bolsonaro:
No dia 10 de outubro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante o depoimento, Bolsonaro admitiu que estudou maneiras de reverter o resultado das eleições de 2022 após sua derrota.
Moraes, relator da ação penal sobre a trama golpista, já tinha interrogado os oito réus do núcleo crucial da acusação nos últimos dias.
O ex-presidente é apontado como líder da organização criminosa que atentou contra a democracia.
Bolsonaro mencionou que considerou “dispositivos constitucionais” como uma possível decretação de estado de sítio após a multa de R$ 22 milhões imposta ao PL pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ele também confirmou que reuniu os comandantes das Forças Armadas no Palácio da Alvorada, mas alegou que apresentou apenas os “considerandos” de um documento, sem caráter golpista.
Bolsonaro declarou: "Em poucas reuniões, abandonamos qualquer possibilidade de uma ação constitucional."
No dia anterior ao depoimento, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que Bolsonaro “enxugou o decreto”, retirando ordens de prisão, mas mantendo previsões para Moraes.