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Para analistas, compra do Master pelo BRB terá mais obstáculos no Banco Central

Analistas acreditam que a aprovação do Cade foi esperada, mas o Banco Central pode enfrentar desafios antes de finalizar a aquisição. O Banco Master apresenta ativos de alto risco, o que levanta preocupações sobre a viabilidade da operação.

A aprovação da aquisição de 58% do Banco Master pelo BRB pela Superintendência-Geral do Cade não surpreendeu analistas. No entanto, obstáculos podem surgir na avaliação do Banco Central (BC).

O professor de Finanças da FGV, Rafael Schiozer, destacou que a compra não resultará em um conglomerado financeiro. A decisão do Cade era esperada, pois a sobreposição de atividades é baixa.

O Cade analisou que a participação das instituições na concorrência é inferior a 20%, enquanto em mercados integrados fica abaixo de 30% – limites de risco para concentração.

Schiozer acredita que o BC pode não aprovar o negócio por causa dos ativos de risco elevado do Master, que possui dificuldades na precificação, como precatórios e ações.

O Banco Master, sob a liderança de Daniel Vorcaro, está enfrentando desafios financeiros, com R$ 12,4 bilhões em CDBs a vencer e um patrimônio líquido de R$ 4,7 bilhões. Sua estratégia inclui emissão de CDBs com retornos altos, protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos.

O advogado José Carlos Berardo ressaltou que ambos os bancos são considerados pequenos pelo Cade. Questionamentos sobre a operação cabe ao Judiciário, não ao Cade.

Recentemente, a venda de ativos de Vorcaro ao BTG, por R$ 1,5 bilhão, poderá ajudar a liquidez do Master e também exigirá a aprovação do Cade.

A análise da operação com o BRB só será concluída após solução integral para a situação do Master, que envolve R$ 30 bilhões em ativos, com R$ 33 bilhões ficando fora da operação.

O Banco Master não se manifestou quando procurado.

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