Para aliados, veto de Lula a deputados tem desgaste calculado
Presidente veta aumento de cadeiras na Câmara em meio à pressão popular e proximidade das eleições de 2026. O Congresso poderá analisar o veto em agosto, enquanto o governo prioriza a reforma do Imposto de Renda.
Revés no Congresso: no dia 16 de julho de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o aumento no número de deputados, passando de 513 para 531.
A proposta desagradou a muitos congressistas, mas a decisão foi considerada calculada pela cúpula do governo devido à pressão popular. Um aumento de 18 cadeiras custaria R$ 64,6 milhões por ano aos contribuintes.
Uma pesquisa do Datafolha, divulgada em 17 de junho, mostrou que 76% da população era contra a proposta. A análise do veto pelo Legislativo ocorrerá em agosto, após o recesso dos parlamentares.
A proximidade das eleições de 2026 foi citada como um motivo adicional para o veto. Lula busca aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, adotando um discurso de “pobres contra ricos” para a campanha.
A Comissão Especial da Câmara aprovou, no mesmo dia do veto, o relatório do deputado Arthur Lira (PP-AL) sobre a proposta de reforma do IR. A votação no plenário também está prevista para agosto.
Os conflitos entre Executivo e Legislativo aumentaram, especialmente após a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, de manter a alta do IOF. No entanto, ainda há espaço para diálogo, dependendo da aceitação da isenção do IR pelos congressistas.