Papa Francisco teve relação tensa com os Kirchner e Milei e virou alvo da polarização na Argentina
Relação do papa Francisco com presidentes argentinos foi marcada por tensões e distanciamentos. Embora críticas e desavenças tenham surgido, líderes políticos reconhecem seu legado humanitário após sua morte.
Papa Francisco teve relações tensas com presidentes argentinos ao longo de sua vida, culminando em seu distanciamento do país.
O líder católico, que nunca retornou a Buenos Aires, enfrentou insultos do presidente Javier Milei, que o chamou de “imbecil” e “representante do maligno na Terra” durante as eleições. No entanto, Milei não foi o único a criticar Francisco.
Antes, os peronistas Néstor e Cristina Kirchner viam o papa como “líder espiritual da oposição”, acusando-o de colaborar com a ditadura militar, sem provas. Após ser eleito papa em 2013, Francisco teve uma aproximação complicada com a então presidente, que pediu desculpas pela relação anterior.
Com Mauricio Macri, a relação se desgastou devido a questões políticas, mas eles mantiveram um nível institucional. Durante o governo de Alberto Fernández, a legalização do aborto agravou o distanciamento do papa, que se incomodou com a exploração política de sua imagem.
Após a eleição de Milei, ele foi recebido por Francisco no Vaticano, mas discordâncias sobre o papel do Estado permaneciam. O papa defendia a distribuição de justiça social, enquanto Milei promovia um ajuste fiscal severo.
A polarização política na Argentina sempre influenciou a relação entre a Igreja e o Estado. Francisco, frequentemente rotulado como de esquerda, se distanciou da política argentina, expressando a preocupação de que sua imagem fosse usada de maneira política em qualquer direção.
Após a morte do papa, líderes políticos da Argentina, incluindo Javier Milei, Cristina Kirchner e Alberto Fernández, deixaram de lado suas desavenças, lembrando do caráter humanitário de Francisco e seu legado.
Milei decretou luto oficial de sete dias e viajará a Roma para se despedir do papa, enquanto Cristina Kirchner enfatizou sua visão de uma Igreja mais humana. Macri recordou Francisco como um “homem religioso de estatura inigualável” e um bom pastor, encerrando sua presença nas discussões políticas.