Papa comparou refugiados a Jesus e defendeu imigrantes durante todo o pontificado

Jorge Mario Bergoglio, descendente de imigrantes, demonstrou comprometimento com o tema da imigração durante seu pontificado, que durou 12 anos.

Em julho de 2013, apenas quatro meses após assumir como Papa Francisco, ele fez sua primeira viagem fora de Roma para a ilha de Lampedusa, ponto principal de entrada de imigrantes africanos na Europa. Durante a visita, clamou por mais compreensão e rezou pelos que perderam a vida no mar Mediterrâneo.

Francisco enfatizou a importância de acolher pessoas fugindo de conflitos e pobreza, valorizando as riquezas que a diversidade cultural pode trazer. Um momento marcante foi em 2016, quando ele lavou os pés de 12 acolhidos em um centro de refugiados próximo a Roma.

No mesmo ano, visitou a ilha grega de Lesbos e declarou que "somos todos migrantes", trazendo 12 refugiados de volta a Roma com ele.

Apesar do aumento das tensões migratórias na Europa, Francisco chamou o Mediterrâneo de "maior cemitério da Europa", devido aos milhares de naufrágios desde 2013. Ele frequentemente comparava migrantes a Jesus Cristo, enfatizando a dignidade dessas pessoas.

Em 2020, para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, o tema escolhido foi "Forçados, como Jesus Cristo, a fugir".

Nos últimos meses de sua vida, fez críticas às políticas migratórias do presidente dos EUA, Donald Trump. Em janeiro de 2025, Francisco disse que os planos de deportação em massa seriam uma vergonha.

Uma carta a bispos dos EUA, poucos dias antes de sua hospitalização, condenou o tratamento de Trump aos imigrantes como lesivo à dignidade humana.

Em sua última reunião, no domingo de Páscoa (20), discutiu a situação de migrantes e refugiados com J. D. Vance.

Em seu último sermão, Francisco pediu esperança e confiança nos outros, incluindo os que vêm de terras distantes, ressaltando que todos somos filhos de Deus.