'Panamá retorna ao colonialismo da quinta fronteira com novo acordo assinado com os EUA sobre Canal'
Trump busca aumentar a presença militar dos EUA no Panamá, reavivando temores sobre a soberania do país. A nova cooperação levanta críticas de analistas e opositores, que acreditam que isso compromete a neutralidade do Canal.
Trump promete "recuperar" o Canal do Panamá. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, e o ministro da Segurança do Panamá, Frank Ábrego, assinaram um memorando para fortalecer a cooperação de segurança no Canal.
O acordo estabelece a "presença rotativa" de militares americanos em bases panamenhas e permite que navios militares dos EUA naveguem pelo canal "primeiro e gratuitamente". O objetivo é "neutralizar a influência maligna" da China na região.
Críticas ao governo panamenho: Políticos da oposição afirmam que isso enfraquece a neutralidade do Canal, consagrada no tratado de 1977. O governo, por sua vez, defende que mantêm a soberania e que não estão cedendo território.
Contexto histórico: O novo acordo revive a luta histórica do Panamá por sua soberania, com o politólogo Ricardo Herrera Hazera comparando a situação com a época da "quinta fronteira", quando os panamenhos eram tratados como cidadãos de terceira classe em seu próprio território.
A política externa dos EUA: Herrera critica a administração Trump por disseminar falácias sobre o estado atual do Canal, afirmando que a infraestrutura panamenha está prosperando, com investimentos significativos desde a transferência de controle em 1977.
Influência chinesa: O analista rejeita a ideia de que a China tenha controle sobre o Canal, argumentando que a presença da China na América Latina não se traduz em influência direta sobre o Panamá.
Consequências econômicas: Herrera alerta que a presença militar americana não traz benefícios econômicos para o Panamá, argumentando que o crescimento do PIB desde 1999 demonstra que a soberania é vital para o desenvolvimento do país.
Ele conclui que os novos acordos podem posicionar o Panamá como alvo em conflitos entre EUA e China, comprometendo a neutralidade e autonomia do país.