Países não vão se dobrar, diz ex-vice do Banco Mundial sobre críticas dos EUA a sistemas públicos de pagamento
Investigação dos EUA expõe tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Econômico brasileiro enfrenta pressão devido a críticas sobre o sistema de pagamentos digitais, incluindo o Pix.
Investigação dos EUA contra o Brasil: Menção ao Pix no relatório que embasa a investigação reflete a posição dos Estados Unidos sobre plataformas públicas de pagamento digital.
Cenário avaliado pelo economista Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial. Ele vê a investigação mais como uma ação simbólica do que uma medida efetiva.
O documento do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) afirma que o Brasil favorece sistemas de pagamento governamentais em detrimento de empresas como Google Pay e Apple Pay.
Críticas semelhantes já foram feitas ao sistema QRIS da Indonésia, que resultou em tarifas comerciais. A investigação no caso do Brasil é peculiar, sem o padrão de tarifas aplicado a outros países.
Canuto destaca que o conteúdo da carta dos EUA menciona também eleições livres e anticorrupção, sugerindo uma agenda mais ampla.
Desdobramentos práticos: Canuto acredita que a investigação não resultará em tarifas adicionais, mas pode justificar os 50% já impostos ao Brasil. A menção ao Pix é vista como crítica ao modelo brasileiro que restringe plataformas privadas.
Além disso, ele ressalta a diferença entre o foco dos EUA em criptoativos e a busca da União Europeia por soluções digitais com base em moedas digitais oficializadas.
Resposta brasileira: O Brasil pode retaliar, mas enfrentará restrições devido à dependência de importações dos EUA. O economista considera que a margem de resposta é limitada e que o Brasil deverá contestar a investigação, mas sem muita esperança de sucesso.
Em suma, o cenário é complicado, com o governo dos EUA mostrando um tratamento peculiar ao Brasil sob a administração de Trump.