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'Pague por seu desperdício': como Coreia do Sul consegue reciclar 97% dos resíduos alimentares

A Coreia do Sul se destaca mundialmente pela eficiência de seu sistema de reciclagem de restos de comida, com quase 98% dos resíduos sendo reciclados. Isso é resultado de políticas rígidas, educação pública e um forte engajamento da população em práticas sustentáveis.

Yuna Ku, jornalista da BBC e residente em Seul, paga para reciclar os restos de comida em máquinas autocontidas em seu condomínio, um exemplo do eficiente sistema de reciclagem da Coreia do Sul.

Em 2022, o país reciclou 97,5% dos 4,56 milhões de toneladas de resíduos alimentares gerados anualmente. Isso contrasta dramaticamente com os 60% dos 66 milhões de toneladas nos Estados Unidos que foram para aterros em 2019.

O sistema sul-coreano evoluiu a partir de 1996, quando apenas 2,6% dos resíduos alimentares eram reciclados, a partir da pressão da população contra aterros sanitários próximos a áreas residenciais.

Legislações foram implementadas ao longo dos anos, como a proibição do descarte em aterros, e um sistema de cobrança por peso foi introduzido em 2013.

Os cidadãos podem descartar restos de comida de três maneiras:

  • Usar sacolas autorizadas que são compradas e retiradas semanalmente.
  • Usar adesivos que indicam o peso dos resíduos em comércios.
  • Usar máquinas com RFID que pesam e registram diretamente o descarte.

Multas são aplicadas para descartes inadequados, com valores que podem ultrapassar US$ 70 para residências e 10 milhões de wons para empresas.

Os resíduos reciclados são utilizados para ração de animais (49%), adubo (25%) e biogás (14%), embora haja desafios relacionados à saúde animal e processamento adequado.

O sucesso do sistema é resultante de um trabalho integrado, combinando educação, multas e incentivos financeiros. Especialistas sugerem que o modelo coreano pode servir de exemplo para outros países, desde que ajustado às suas realidades locais.

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