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'Pague por seu desperdício': como Coreia do Sul consegue reciclar 97% dos resíduos alimentares

Coreia do Sul se destaca com sistema inovador de reciclagem de restos de alimentos, alcançando 97,5% de reaproveitamento. Estudos mostram que a combinação de tecnologia, legislação e conscientização social é essencial para o sucesso do modelo.

Yuna Ku, jornalista da BBC, relata sua experiência com o sistema de reciclagem de resíduos alimentares na Coreia do Sul, onde a reciclagem é uma prática comum.

A Coreia do Sul recicla 97,5% de seus resíduos alimentares, processando cerca de 4,56 milhões de toneladas anualmente, o que contrasta fortemente com os 60% dos EUA que são enviados a aterros sanitários.

Esse sucesso é resultado de décadas de evolução, começando com a reciclagem de apenas 2,6% em 1996. O sistema se desenvolveu após protestos sobre aterros sanitários e cresceu junto com a industrialização nos anos 1980.

As principais características do sistema incluem:

  • Cobrança por volume e peso de resíduos.
  • Alternativas de descarte: sacolas autorizadas, adesivos ou máquinas com RFID.
  • Multas para descarte inadequado, com penalidades que podem ultrapassar US$ 70.

Os resíduos são reciclados para ração de animais (49%), adubo (25%) e biogás (14%).

Entretanto, o sistema enfrenta desafios, como o potencial risco para a saúde animal devido a restos alimentares mal processados e a alta quantidade de sal em alimentos típicos. Apesar disso, a abordagem integrada da Coreia, com regulamentações, educação e incentivos financeiros, demonstra uma redução significativa no desperdício de alimentos.

A especialista da FAO, Rose Rolle, destaca que, embora o sistema sul-coreano seja eficaz, políticas devem ser adaptadas às realidades locais, especialmente em países com insegurança alimentar, onde o foco deve ser maximizar o uso de alimentos.

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