Ouro tem cotação recorde e supera US$ 3.500 após ataques de Trump ao Fed
Ouro atinge preços recordes em meio a tensões econômicas e críticas a política monetária. Investidores buscam segurança em ativos tradicionais diante da incerteza gerada pela guerra comercial e pela pressão sobre o Federal Reserve.
Cotação do ouro atinge recorde nesta terça-feira (22) com preços de US$ 3.500 (R$ 20,3 mil) por onça, impulsionada pelo desejo de investidores por ativos seguros em meio à guerra comercial e tensões políticas.
A cotação inicial era de US$ 3.467,87 (R$ 20,1 mil) às 7h30 GMT, antes de atingir o pico de US$ 3.500,10.
Ewa Manthey, estrategista da ING, destacou que a pressão de Trump sobre o Fed levanta preocupações sobre a independência do banco central, gerando uma fuga para ativos de refúgio.
O aumento do valor do ouro coincide com a queda do dólar e a desvalorização de Wall Street, após os ataques de Trump contra Jerome Powell, presidente do Fed. Além disso, a incerteza do mercado é alimentada por tarifas e pela oposição da China a tratados comerciais.
A atmosfera de tensão foi intensificada pelas críticas de Trump ao Fed, chamando Powell de "grande perdedor" e exigindo: "Baixe as taxas, AGORA".
O ouro acumula uma alta de 30% desde início do ano, com US$ 19 bilhões injetados em fundos de ouro no 1º trimestre, segundo o Standard Chartered.
Alexander Zumpfe, da Heraeus, observa que a demanda física por ouro é robusta na Ásia e crescente na Europa, com forte interesse de compra na Alemanha, mesmo durante o feriado de Páscoa.