Ouro pode ver reprise de ‘diamantes de sangue’, diz especialista
Ex-vice-primeiro ministro do Reino Unido alerta sobre a infiltração de grupos criminosos na cadeia de produção do ouro, destacando o risco de contaminação do metal legalmente produzido. O relatório do World Gold Council propõe medidas para combater a ilegalidade e proteger a reputação do setor.
Alta do ouro atrai investidores, mas ilegalidade persiste.
O ex-vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Dominic Raab, alerta sobre o envolvimento de narcotraficantes, terroristas e mercenários no setor do ouro, especialmente nos garimpos, que representam cerca de 20% da produção global.
Raab apresentou seu relatório “Silence is Golden” em julho de 2024, destacando que o ouro ilegal pode se misturar ao ouro legal no mercado de joias e ativos financeiros. Ele compara a situação atual à dos diamantes de sangue nos anos 1990, que financiaram guerras e conflitos.
O relatório aponta que a mineração artesanal, muitas vezes informal, é vulnerável à ilegalidade. Estima-se que milhões de pessoas estejam envolvidas nessa atividade, que na África, por exemplo, é explorada por grupos como o Grupo Wagner. Raab menciona também o financiamento de grupos como o Estado Islâmico e a Al Qaeda com extorsão nas comunidades de garimpo.
A América do Sul enfrenta garimpos ilegais interligados ao tráfico de cocaína, impulsionados pela alta do preço do ouro. Desde outubro de 2023, a onça-troy de ouro fechou a US$ 3.324.
Raab elogia o Brasil por aprovar regras mais rígidas após crises envolvendo povos indígenas. O relatório do World Gold Council recomenda ações contra crimes relacionados ao ouro e busca integrar garimpeiros ao comércio legal.