Os verdadeiros vilões da política fiscal
Aumento do salário mínimo gera impactos positivos na economia e na redução da pobreza, mas enfrenta críticas em relação ao controle fiscal. Especialistas defendem que o reajuste é um instrumento vital para o consumo interno e a arrecadação tributária, desafiando narrativas de descontrole orçamentário.
Política de valorização do salário mínimo trouxe impactos socioeconômicos positivos.
Garantindo reajustes reais, contribui para:
- Redução da pobreza e desigualdades;
- Segurança alimentar;
- Diminuição de gastos com saúde pública.
Aproximadamente 59,9 milhões de pessoas se beneficiam, incluindo assalariados, aposentados e beneficiários sociais. O efeito farol do salário mínimo impulsiona o consumo interno e fortalece a economia.
Contudo, críticas surgem, como a do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que propõe congelar o salário mínimo por 6 anos. Apesar da relação entre o piso nacional e a despesa pública, parte do aumento retorna via arrecadação tributária. O reajuste para R$ 1.518 em 2025 injetou R$ 81,5 bilhões na economia e aumentou a arrecadação em R$ 43,9 bilhões.
Segundo dados da Previdência, 69,6% dos beneficiários recebem até 1 salário mínimo. Cada aumento de R$ 1 no piso nacional impacta anualmente em R$ 365,9 milhões. O custo adicional previsto para 2025 é de R$ 38,9 bilhões, ainda menor que o retorno da arrecadação.
A Previdência é financiada por diversas fontes, não apenas por impostos de empresas e trabalhadores. Se dependesse apenas delas, teríamos um resultado negativo em R$ 297,4 milhões em 2024. A formalização dos trabalhadores informais poderia aumentar a arrecadação em R$ 5,2 bilhões.
Ademais, em 2024, o governo renunciou a R$ 112,8 bilhões em desonerações. Isso levanta questões sobre os resultados dessa austeridade.
Cada aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros gera um gasto adicional de R$ 50 bilhões com a dívida pública.
Deste modo, é o aumento do salário mínimo que realmente ameaça a estabilidade fiscal?
O foco deve ser no desenvolvimento sustentável e no aumento da capacidade produtiva, priorizando o crescimento econômico que beneficie todos os brasileiros.