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Os preços de alimentos não param de bater recordes – até onde isso vai?

Os preços dos alimentos globais atingem os níveis mais altos em seis décadas, impulsionados por conflitos, demanda crescente e mudanças climáticas. Especialistas alertam que a era da comida barata pode ter chegado ao fim, afetando a segurança alimentar mundial.

Amantes de cafeína no Brasil estão adotando o "pó para preparo de bebida à base de café". Nos EUA, restaurantes implementam sobretaxas para pratos com ovos.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, os preços de alimentos dispararam globalmente, atingindo os níveis mais altos das últimas seis décadas. Embora tenham caído um pouco, continuam elevados.

Rob Vos, do Instituto Internacional de Pesquisas sobre Políticas Alimentares (IFPRI), afirma: "A era da comida barata acabou", e o mundo deve se adaptar.

Índice de Preços dos Alimentos, da FAO, mostra que produtos como óleos vegetais, cereais e laticínios estão em alta. A última vez que os preços foram tão altos foi em 1974-75, após a crise do petróleo.

A guerra na Ucrânia desestabilizou mercados alimentares, já que ambos os países são grandes exportadores de trigo e óleo de girassol. Aumento do preço dos fertilizantes, essencialmente devido ao gás natural, também impactou os preços.

Fatores duradouros incluem crescimento da demanda em países em desenvolvimento, que não é acompanhado por um aumento na produtividade agrícola, resultando em preços elevados.

Mudanças climáticas influenciam diretamente os custos. Aumento das temperaturas pode aumentar a inflação dos alimentos em até 3,2% ao ano até 2035, conforme estudo do Banco Central Europeu.

A gripe aviária nos EUA provocou alta no preço dos ovos, que triplicou desde 2021. Doenças como o greening afetaram o suco de laranja, levando a aumentos nos preços em diversos países.

Tarifas comerciais e incertezas também impactam os preços, criando uma imprevisibilidade para agricultores. A recente volatilidade nos preços dos alimentos pode continuar.

A desnutrição global aumentou de 7,1% em 2017 para 9,1% atualmente, afetando mais de um terço da população mundial. Economistas prevêem que, apesar de possíveis quedas de preços a curto prazo, as tensões econômicas e climáticas persistem.

Experts alertam que riscos à segurança alimentar permanecem, pois os fatores que causam aumentos de preço ainda estão presentes.

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