Os pais criticados por 'monetizar' seus filhos nas redes sociais
Mãe compartilha vídeo constrangedor da filha obrigando-a a beber suco, gerando polêmica nas redes sociais. Especialistas alertam sobre os possíveis danos emocionais e psicológicos da superexposição digital das crianças.
Filha forçada a beber suco: Uma mulher viralizou no TikTok ao forçar a filha a consumir um suco que ela costumava desprezar, fazendo a criança chorar. A mãe alegou que a criança tinha dito que gostaria de ter uma geladeira cheia do produto. O vídeo já contava com mais de um milhão de curtidas e gerou recepção mista, com alguns apoiando a atitude e outros considerando-a como tortura psicológica.
A mãe defendeu que sua ação era uma forma de punição e que queria ensinar princípios à filha. A BBC News Brasil não conseguiu contato com ela para mais explicações.
No entanto, este caso levanta questões sobre a superexposição digital de crianças, um fenômeno crescente nas redes sociais, onde a vida íntima de famílias se torna conteúdo. Especialistas, como Maria Mello, destacam que tais exposições podem comprometer a saúde mental e autoestima das crianças.
Históricos de casos semelhantes incluem a pré-adolescente Bel, cujos pais foram criticados por forçá-la a participar de vídeos. Atualmente, Bel, com 18 anos, defende que não foi coagida.
Danos e Regulações: O compartilhamento de momentos vulneráveis pode expor crianças a julgamentos públicos desde tenra idade, afetando seu desenvolvimento e formação de identidade. As especialistas alertam que a geração atual vive em um ambiente onde seu passado digital pode ter impactos futuros indesejados.
Os pais como Virgínia Fonseca justificam a exposição ao afirmar que é parte de suas vidas e promessas de que cessarão a exposição apenas mediante desejo dos filhos.
Exposição comercial: Publicar conteúdo envolvendo crianças e gerar lucro levanta questões legais sobre trabalho infantil. Mello observa que mesmo o consentimento da criança não é suficiente, uma vez que muitas não têm a maturidade para compreender o impacto de sua exposição.
Alternativas Responsáveis: Algumas famílias, como a influenciadora Maya Eigenmann, decidiram não expor mais os rostos dos filhos devido aos riscos associados. Outras, como Rebecca Cirino, limitam conteúdos que possam ser constrangedores no futuro.
Os especialistas recomendam uma postura responsável na internet, evitando exposições íntimas e comerciais. Há um movimento crescente para regular o sharenting e assegurar a proteção das crianças nas redes sociais.
A Meta e o TikTok foram procurados sobre seus papéis na supervisão de conteúdos que envolvem crianças. O TikTok, especificamente, declarou que está analisando o caso da menina do suco e tem diretrizes que proíbem conteúdos prejudiciais.