‘Os jovens sabem que vão ter mais dificuldade do que seus pais’, diz o economista Paulo Tafner

Paulo Tafner, diretor presidente do Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), mostra pessimismo em relação à ascensão de jovens no Brasil. Ele acredita que a juventude não conseguirá superar a renda dos pais, apesar dos avanços em educação.

O IMDS lançará um painel com indicadores de mobilidade social para esclarecer a situação. Tafner critica o investimento maior em idosos do que em jovens e pede reformas no sistema previdenciário.

Sobre a proposta do governo de isentar o Imposto de Renda para rendas até R$ 5 mil, ele argumenta que mesmo pequenas tributações são importantes para o financiamento do Estado, dado que quase 80% dos trabalhadores estão nessa faixa.

Tafner destaca a necessidade de mudar o modelo de financiamento previdenciário. Ele aponta que, em 2038, a proporção de trabalhadores para idosos cairá, dificultando o financiamento do sistema.

Em relação à educação, ele ressalta que a alfabetização precoce é crucial. O exemplo de Sobral (CE) é visto como um modelo a ser seguido, pois evidencia que a alfabetização eficaz impacta o aprendizado posterior.

Tafner defende que a mobilidade é mais importante que a desigualdade. Ele acredita que, embora a desigualdade exista, a questão principal é a falta de oportunidades, que devem ser abordadas por meio de uma educação de qualidade.

Sobre a conclusão universitária, ele afirma que qualquer diploma pode ajudar os jovens a sair da pobreza, apesar da qualidade da educação ser uma preocupação persistente.

Tafner conclui que a atual geração de jovens enfrentará maiores dificuldades de ascensão devido ao sistema desigual, refletindo um futuro incerto, onde o investimento em juventude é negligenciado e a coesão social está em risco.