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Os influencers que ganham fama exibindo animais selvagens como pets

Agenor Tupinambá, conhecido por sua capivara Filó, viu sua visibilidade aumentar drasticamente após a polêmica de sua posse. A repercussão gerou debates sobre a exibição de animais silvestres nas redes sociais e suas implicações legais e éticas.

Agenor Tupinambá, influenciador digital de 25 anos, ganhou notoriedade em 2023 quando o Ibama apreendeu sua capivara de estimação, Filó, por exibições irregulares nas redes sociais.

A decisão do Ibama alegou que o influenciador gerava seguidores explorando erroneamente a fauna silvestre sem licença ambiental. Ele, então, obteve êxito em processo judicial para manter a guarda de Filó, sendo a decisão pautada na simbiose entre eles.

Tupinambá afirmou que a fama surgiu após um vídeo viral com a capivara, que acarretou em uma explosão de seguidores. O caso também levou à proposta de um projeto de lei para descriminalizar a posse de animais silvestres não ameaçados.

Atualmente, ele conta com 1,7 milhão no Instagram e 1,8 milhão no TikTok. Recém-mudado para um sítio no Amazonas, Agenor trabalha com publicidade local e um contrato com um site de apostas, porém, afirma não lucrar diretamente com postagens de Filó.

A repercussão do caso, no entanto, gerou críticas ao Ibama por sua atuação em apreensões de animais silvestres exibidos por influenciadores. Foram registrados 175 autos de infração nos últimos cinco anos relacionados à exploração de animais nas redes sociais.

Um agente do Ibama ressaltou que influenciadores impulsionam o tráfico de animais, refletindo o caso da modelo Nicole Bahls, que teve filhotes apreendidos após exibições nas redes. A ação do órgão, porém, é frequentemente mal interpretada pela sociedade, que, em muitos casos, defende os influenciadores.

Recentemente, houve outra apreensão, da jaguatirica Pituca, que gerou um intenso debate nas redes sociais, incluindo ameaças aos servidores do Ibama. A proprietária de Pituca alegou que o animal não sofria maus-tratos, mas o Ibama reafirmou que as condições de saúde do animal eram precárias.

Estudos apontam que vídeos de animais em redes sociais elevam o interesse e geram lucros para criadores de conteúdo. Um artigo citou quase um bilhão de visualizações em vídeos relacionados, muitos lucrativos, mas frequentemente envolvendo maus-tratos velados.

A Meta e o YouTube afirmam ter políticas rigorosas contra conteúdos que promovam maus-tratos aos animais e estimulam denúncias de comportamentos inadequados.

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