Os imigrantes brasileiros que querem voltar dos EUA por causa de Trump: 'Desperdicei 22 anos?'

Caio Marchetti Minniti, um paulistano de 50 anos, mudou-se para Miami em 2003, quando a economia americana estava em alta. Formado em Engenharia, aceitou trabalho em importação e, ao longo dos anos, exerceu diversas funções, como manobrista e motorista de Uber.

Após 22 anos, Minniti está preocupado com a economia dos EUA sob a administração de Donald Trump. Ele se define como "mais para o lado dos Republicanos", mas critica as altas tarifas impostas sobre produtos importados, que afetam o turismo em Miami. A movimentação em portos e aeroportos já caiu.

Impacto do turismo: em 2024, o Canadá foi o maior emissor de turistas para a Flórida, mas a WestJet reportou queda de 25% nas vendas de bilhetes entre EUA e Canadá, devido ao nacionalismo crescente.

Políticas de imigração duras: Minniti critica a repressão a imigrantes sem antecedentes criminais sob o governo Trump. Dados recentes mostram um aumento de 30% nas detenções migratórias. Ele defende a deportação apenas de imigrantes com problemas criminais.

O governo Trump mudou sua perspectiva sobre imigrantes, considerando qualquer imigrante irregular como criminoso. Isto levou a um aumento significativo nas deportações, inclusive de brasileiros. No entanto, os brasileiros em Massachusetts estão buscando ajuda para registrar seus filhos como cidadãos brasileiros, temendo separações familiares.

O número de pedidos para atestados de residência aumentou quatro vezes desde o início do governo Trump, refletindo um temor generalizado entre os brasileiros.

Reflexão pessoal: Após anos trabalhando fora de sua área de formação, Minniti questiona se suas escolhas foram corretas. Hoje, como motorista de Uber, ele percebe um esfriamento da economia e uma diminuição no número de corridas, impactando seus ganhos diários.

Com a atual situação, Caio planeja retornar ao Brasil, refletindo sobre as oportunidades perdidas durante seu tempo nos EUA. Ele expressa que, por ser solteiro e sem família nos EUA, a mudança não seria tão difícil, mas ele questiona se realmente desperdiçou sua vida fora do Brasil.