Os fundos imobiliários estão realmente na máxima histórica?
O IFIX atinge novo recorde, mas analistas alertam para a necessidade de considerar o impacto dos dividendos. Em um cenário de juros altos, a valorização pode não refletir a real força dos fundos imobiliários.
IFIX bate novo recorde ao encerrar o quinto mês seguido em alta. Entretanto, a importância do desempenho deve-se aos dividendos distribuídos pelos fundos do índice, que são reinvestidos, impulsionando a valorização.
O IFIX considera não apenas os preços das cotas, mas também a renda paga. Sem o reinvestimento dos dividendos, a estimativa da Genial Investimentos aponta que o índice seria 28,9% menor, sugerindo que os preços das cotas ainda estão com desconto.
Efeito da Selic: Analistas Bernardo Noel e Luis Assis destacam que a taxa básica de juros, a Selic, pressiona os fundos imobiliários. O nível elevado da Selic, em 15%, resulta em dividendos maiores, mas períodos de juros baixos beneficiam mais o índice que não considera os proventos.
O IFIX teve seu melhor desempenho histórico antes da pandemia, quando a Selic estava em baixa. Com expectativas de que o ciclo de alta da Selic está próximo do fim, os analistas da Genial consideram o atual momento favorável para investir em fundos imobiliários.
Embora cortes na Selic sejam projetados apenas para 2026, os analistas lembram que o movimento de alta do IFIX em 2016 iniciou cerca de 10 meses antes do ciclo de redução. Assim, um possível afrouxamento monetário no próximo ano pode antecipar a valorização das cotas.