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‘Os Estados Unidos não têm mais o poder de determinar como vai ser o mundo’, diz Rubens Ricupero

Ex-ministro Rubens Ricupero ressalta que, apesar das ações unilaterais de Trump, o mundo tem se adaptado e buscado novas formas de negociação. Ele destaca que a influência dos Estados Unidos na determinação das relações comerciais globais está em declínio.

Quatro meses após a posse de Donald Trump na presidência dos EUA, o mundo enfrenta incertezas com suas decisões, especialmente após o que a The Economist chamou de "Dia da Ruína". Trump promoveu o slogan “Make America First”, provocando confusão na economia global, mas agora se vê forçado a negociar.

Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda, ressalta que os Estados Unidos perderam o poder de determinar o futuro global. Apesar de ainda causarem danos, o mundo se direciona para descentralização e multilateralismo. A situação do comércio mundial permanece incerta.

Principais trechos da entrevista:

  • "O mau exemplo de Trump não foi seguido; outros países adotaram tarifas recíprocas."
  • "Ele gerou pânico, mas teve que ceder gradualmente."
  • "Os EUA negociaram com a China para reduzir tarifas por 90 dias."
  • "O Brasil continua a negociar com diversos países, ignorando as ações unilaterais de Trump."
  • "A OMC não foi abalada; Trump age de forma ilegal, ignorando regras."

A gestão atual, segundo Ricupero, não resultou no unilateralismo americano, com a China surgindo como exemplo de resistência. Embora o caos tenha sido gerado com tarifas de 10% a 52% atingindo 160 países, o comércio global ainda segue regulamentado principalmente pelo GATT.

Afinal, aumentar ou diminuir tarifas unilateralmente viola direitos internacionais; mudanças devem ser comunicadas e negociadas cooperativamente.

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