Os desafios da Igreja Católica no Brasil após o papa Francisco: perda de fiéis, falta de padres e polarização política
Igreja Católica no Brasil enfrenta perda de fiéis e avanço do evangelicalismo. A necessidade de renovação vocacional e diálogo com as demandas sociais são desafios centrais.
A Igreja Católica no Brasil enfrenta grandes desafios nesta primeira metade do século 21, mesmo sendo o maior país católico do mundo. Apesar da importância, sua influência tem diminuído com o crescimento de igrejas evangélicas.
O Brasil possui 12.618 paróquias e o maior episcopado do mundo, com 490 bispos, mas a credibilidade da Igreja vem sendo questionada. A participação dos católicos tem caído, passando de 74% da população em 2000 para 50% em 2020, de acordo com o Datafolha.
O crescimento das igrejas evangélicas, que aumentaram de 15% para 22% entre 2000 e 2010, é atribuído à transferência de fiéis que buscam uma fé mais conservadora, enquanto a Igreja Católica lida com a falta de padres e a necessidade de renovação.
Os especialistas apontam que existem duas direções para um catolicismo mais eficaz: atender melhor as necessidades da comunidade e revitalizar a presença da Igreja na sociedade. A carência de padres é significativa; no Brasil, havia em média um padre para 7.800 habitantes, enquanto na Itália, um para cada mil.
Além disso, a polarização política é um obstáculo. O papa Francisco tenta conduzir a Igreja a um compromisso mais forte com questões sociais e ambientais, mas sua abordagem enfrenta resistência interna e externa.
Outras questões importantes incluem escândalos de abusos sexuais e a necessidade de transparência. A falta de adeptos jovens no clero e a busca por novas formas de liderança também são temas críticos.
A responsabilidade da Igreja é reunir católicos não praticantes e se readequar à dinâmica contemporânea, dançando conforme a sinfonia das novas demandas sociais e preparando-se para mudar e interagir com diferentes concepções de fé.