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Os casais que queriam ter mais filhos e desistiram: 'Uma crise real'

Pesquisa do UNFPA revela que a crise financeira é uma das principais razões para que muitos casais não consigam ter o número desejado de filhos. A queda nas taxas de fertilidade atinge diversas nações e reflete uma realidade global de desafios financeiros e de tempo.

Namrata Nangia e seu marido debatem ter outro filho desde o nascimento de sua filha de cinco anos, mas sempre questionam: "Temos dinheiro para isso?"

Residentes de Mumbai, Índia, o casal enfrenta altos custos com mensalidades, transporte escolar e consultas médicas, que aumentam a pressão financeira.

Nangia relembra sua infância, onde não havia atividades extracurriculares, diferentemente dos filhos de hoje que exigem mais investimentos.

Um relatório do UNFPA sobre intenção de filhos global revela que 1 em cada 5 pessoas não tem, ou não espera ter, o número de filhos desejados. A pesquisa abrangeu 14 mil pessoas em 14 países, representando um terço da população mundial.

A chefe do UNFPA, Natalia Kanem, observa um declínio sem precedentes nas taxas de fertilidade, apontando que 39% das pessoas citam limitações financeiras como principal motivo para não terem o número de filhos desejados.

A pesquisa terá um estudo maior em 50 países no futuro. Entre os países, Coreia do Sul teve a maior taxa de preocupação financeira (58%), enquanto a Suécia a menor (19%). Apenas 12% mencionaram infertilidade como razão, sendo maior na Tailândia (19%) e nos Estados Unidos (16%).

O UNFPA agora foca em questões de <= baixa fertilidade, uma mudança de prioridade. A demógrafa Stuart Gietel-Basten menciona que alguns países usam a baixa fertilidade como justificativa para políticas nacionalistas e anti-imigração.

A falta de tempo também é uma barreira significativa: Nangia passa quase três horas por dia em transporte e se sente culpada por não passar tempo suficiente com sua filha.

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