Os alquimistas estão chegando? Startup diz ser possível transformar mercúrio em ouro com fusão nuclear
Startup americana propõe usar fusão nuclear para transmutar mercúrio em ouro, despertando curiosidade e ceticismo entre especialistas. Estudo sugere que novas usinas de fusão poderiam gerar ouro em quantidades significativas, potencialmente aumentando a rentabilidade do setor energético.
Marathon Fusion, startup de São Francisco, explora uso da fusão nuclear para gerar energia e produzir ouro a partir do mercúrio.
A possibilidade de transformar metal em ouro, conhecida como alquimia, é um antigo sonho da humanidade. Recentemente, a Marathon publicou um artigo que sugere que nêutrons de reações de fusão poderiam facilitar a produção de ouro via transmutação nuclear.
O estudo, ainda não revisado, foi bem recebido por alguns especialistas. O Dr. Ahmed Diallo, da Princeton, disse que parece uma ideia promissora, embora haja um misto de intriga e animação sobre a proposta. Cientistas já conseguiram sintetizar ouro com aceleradores de partículas, mas em quantidades pequenas e com altos custos.
A Marathon, fundada em 2023, já arrecadou US$ 5,9 milhões em investimentos e cerca de US$ 4 milhões em subsídios do governo dos EUA. Seu artigo detalha como a fusão de deuteríneo e trítio pode bombear nêutrons para transformar mercúrio-198 em mercúrio-197, que pode se converter em ouro-197.
Os fundadores afirmam que usinas de fusão poderiam gerar 5 mil quilos de ouro por ano por gigawatt, possivelmente dobrando a receita da usina. No entanto, a presença de mercúrio impuro pode resultar em isótopos instáveis de ouro, tornando-o radioativo e exigindo armazenamento seguro de 14 a 18 anos.
A Marathon foi fundada por Kyle Schiller e Adam Rutkowski, ambos com 30 anos, com o objetivo de superar desafios na construção de usinas de fusão nuclear.