Organização Mundial de Saúde Animal restringe gripe aviária a foco no RS

OMSA altera entendimento sobre surto de influenza aviária no Brasil

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu que o surto de influenza aviária está restrito ao município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e não é um problema nacional.

A mudança foi registrada no último dia 23, no sistema internacional da entidade, alterando o critério para não adquirir produtos em um raio de 10 km da granja afetada.

A decisão levou em conta medidas técnicas do governo brasileiro para controlar o surto. O relatório da OMSA afirma que a indicação geográfica foi alterada de “evento ocorre no país” para “evento ocorre em zona”.

O Brasil busca regionalizar os embargos à exportação de frango, que ainda estão em vigor em muitos países. A nova postura da OMSA não impõe obrigações, mas pode acelerar decisões de embargos comerciais.

A organização informou que não houve mutação relevante de resistência antiviral. As amostras analisadas possuem genótipos semelhantes aos de aves silvestres no Brasil.

Atualmente, há 12 investigações em andamento no país para verificar a presença do vírus, enquanto um caso em Santa Catarina foi descartado.

A atividade de saneamento em Montenegro começou em 16 de maio e terminou em 21. Até o dia 23, foram eliminadas 8.747 aves, sendo 7.389 com sintomas e 1.358 como medida de precaução.

A destruição de 20 milhões de ovos férteis também foi realizada. Medidas já resultaram na eliminação de 5% da exportação anual.

Até 22 de outubro, 46 países mantêm bloqueio às importações de frango do Brasil, incluindo países da União Europeia e demais como China, México e Coreia do Sul.

Alguns países aplicam embargo restrito ao Rio Grande do Sul, enquanto outros, como Emirados Árabes e Japão, restringem ao município de Montenegro.

Os países que impõem embargo total respondem por 45% das exportações brasileiras de frango. No mês passado, compraram 210 mil toneladas de um total de 463 mil enviadas ao exterior.