Organização de ajuda em Gaza pausa distribuição de auxílio humanitário
A distribuição de ajuda humanitária em Gaza enfrenta obstáculos devido à falta de segurança e episódios de violência. A ONU discute a urgência do cessar-fogo e a necessidade de acesso seguro à ajuda para os civis da região.
A Fundação Humanitária de Gaza (FHG) não distribuiu ajuda humanitária nesta quarta-feira (4). A organização, apoiada pelos Estados Unidos e Israel, solicitou a Tel Aviv que aumente a segurança para civis em locais de distribuição, após episódios de violência resultando em dezenas de mortos.
A FHG pediu ao Exército de Israel orientações para minimizar riscos em áreas próximas a posições militares. A fundação anunciou um novo diretor, reverendo Johnnie Moore, aliado do presidente Donald Trump.
O Conselho de Segurança da ONU discutirá a situação em Gaza às 17h (horário de Brasília), com foco no cessar-fogo e no acesso a ajuda humanitária. O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, criticou a abordagem adotada, afirmando que é "inaceitável" que civis estejam morrendo ao buscar alimentos.
Um projeto de resolução no conselho pedirá um cessar-fogo imediato e a libertação de reféns. Autoridades israelenses, no entanto, rejeitam um cessar-fogo incondicional, afirmando que o Hamas não pode permanecer em Gaza.
Recentemente, mais de 80 palestinos foram mortos em pontos de distribuição em três dias. A FHG iniciou a distribuição em um modelo controverso que utiliza segurança privada americana. Os ataques israelenses mataram, segundo o ministério da Saúde de Gaza, ao menos 95 palestinos nas últimas 24 horas.
A guerra em Gaza se intensificou desde outubro de 2023, quando ataques do Hamas resultaram na morte de 1.200 israelenses e na captura de reféns. A resposta militar de Israel já causou mais de 54 mil mortos entre palestinos, segundo dados do Hamas.