Opinião | Trump e uma crise sem precedentes: EUA são, agora, a fonte da turbulência
Tarifas impostas por Trump desafiam a ordem comercial global e prometem uma crise de longo prazo. O impacto será sentido em todo o mundo, incluindo o Brasil, que pode enfrentar desafios nas exportações e crescimento.
Tarifas comerciais de Trump afetam o comércio global há semanas, gerando uma crise única na história recente.
As medidas do presidente americano mudam a estrutura do comércio que vigora desde a Segunda Guerra Mundial. Crises anteriores, como a de 2008, foram geradas por falhas no mercado financeiro, mas a atual é liderada pelos EUA.
Consequências negativas das tarifas são esperadas para todos os países. A queda dos ativos na semana passada reflete esse impacto, com reações rápidas da China e outros países. Um recuo de 90 dias nas tarifas fez os mercados se recuperarem temporariamente.
O discurso de vitória de Trump ignora que um mundo com tarifas crescerá menos. Os EUA podem enfrentar maior inflação e crescimento reduzido, enquanto indústrias podem aumentar preços ao invés de recuperar produção interna.
O Brasil, afetado indiretamente pela crise, sentirá impacto nas exportações devido ao menor crescimento global, apesar de ter uma taxa baixa de 10% nas tarifas. As reservas internacionais de US$ 336 bilhões ajudam a evitar riscos de falta de dólares.
Essas reservas, construídas durante a gestão no Banco Central, fortalecem a economia brasileira e permitem enfrentar desafios.