Opinião | Quando o ministério não compensa
Recusa de deputado a integrar ministério revela desafios do presidencialismo de coalizão. A influência crescente do Legislativo e os custos políticos de ser parte da administração complicam a formação de alianças.
Recusa de Pedro Lucas: O líder do União Brasil na Câmara rejeitou convite do presidente Lula para o Ministério das Comunicações, reacendendo debates sobre a crise no presidencialismo de coalizão.
Ministérios vs. Congresso: A influência do Legislativo sobre o orçamento, ampliada pelo orçamento impositivo, torna mais vantajoso para deputados permanecer no Congresso, com R$ 37 milhões em emendas, do que assumir ministérios com recursos incertos.
Impacto das Emendas Impositivas: Essas emendas limitaram a capacidade do Executivo em formar coalizões, levando a um aumento das práticas políticas menos transparentes, como o “orçamento secreto”.
Custos da Integração: Integrar o governo implica custos políticos; partidos que assumem ministérios tornam-se responsáveis pela imagem da administração. Se os riscos superam os benefícios, é comum aumentarem as recusas a convites para ministérios.
Equilíbrio Político: O artigo “Executive Toolbox” discute como o presidente deve gerenciar ministérios e emendas como moedas de troca, buscando aliados próximos para ocupar cargos ministeriais e utilizando emendas para parceiros ideológicos distantes.
Conclusão: O real problema pode não ser a desvalorização dos ministérios, mas sim o aumento do custo de integrar uma coalizão, especialmente em um cenário de queda de popularidade do governo e novos horizontes políticos para 2026.