Opinião | Por que a dose do "remédio" tem que ser alta?
Gabriel Galípolo destaca a necessidade de juros altos no Brasil, apontando que os subsídios e a política fiscal do governo dificultam a eficácia da política monetária. Sem mencionar diretamente, ele sugere que a incontinência fiscal é uma das principais causas do alto juro real no país.
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o Brasil pode precisar de juros altos maiores que outros países durante evento de comemoração dos 60 anos do BC.
Galípolo mencionou que subsídios cruzados no país são "perversos e regressivos", afetando a eficácia da política monetária brasileira.
No entanto, a questão do alto juro real no Brasil não foi aprofundada, especialmente a relação com a política fiscal do governo Lula, que, segundo analistas, tem impactado as taxas de juros.
Uma corrente do mercado considera que a incontinência fiscal é a principal razão da combinação de juro real alto e atividade econômica aquecida.
Desde a implementação do teto de gastos em 2017 até 2023, a Selic real passou por diversas flutuações, saltando de 8,7% em 2016 para 8,1% no final de 2022.
Enquanto o governo e o BC adotam políticas contraditórias, as expectativas são de que o juro real permaneça elevado, prejudicando a dívida pública e aumentando o risco País.
Para Fernando Dantas, colunista do Broadcast, essa situação não tem mistério e se deve à desconexão entre fiscal e monetária.